21.10.05

Alforria

A verdade veio à tona
Em campos sem cheiro e sem cor
Porque na vida se engana
Quem acha que existe o amor

Aos olhos de quem os via
Nada parecia faltar
Ardência pra noites frias
Demência pra relaxar

Os dois em um se fundiam
Na pele, o mesmo tom
Na boca, o mesmo riso
No sexo, o mesmo som

Um querer que não via dias
Nem noites, nem padecer
Há quem diga que um queria
Muito mais do que podia ter

Enfim nem a astrologia
Cartas, exames de grafologia
Nem a vidente que tudo via
Sobre isso ousou prever

Não mais havia sorrisos
Sem ambos, a festa acabou
Como em carta de alforria
Um se foi, do outro se libertou

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