Eu sei que as pessoas não têm muita paciência com quem já passou dos 70 e anda tendo, digamos, umas rupturas de raciocínio. Às vezes a gente pensa que é uma provação grande demais ter que cuidar de familiares (pai, mãe, tia, avô, etc.) que sofrem de Alzheimer... e é mesmo, mas há o lado surpreendente nessas relações, que chega a ser extremamente tragicômico.
Noutro dia minha tia de 86 anos sai com esta:
- Eu tô grávida!
- Como é, tia?
- É meu filho, grávida! Sabe o que é não?
- Sei tia, mas é que...
Lembrei do estado dela, relevei e entrei no clima. Disse a ela que se cuidasse, principalmente com a alimentação, que açúcar demais pode acarretar diabetes na gravidez, etc.
Umas semanas depois ela me vem com outra:
- Estou com uma dor na barriga... acho que chegou minha hora. Vamos pra maternidade!
- tá bom tia, tá bom...
Outra vez, na ante-sala do médico dela, encontrei uma mulher que estava levando o pai para a consulta periódica. Papo vai e vem, ela me conta que na última consulta, o avô dos filhos dela contou TUDO ao médico: que os dois netos (filhos dela) roubavam tudo que havia dentro de casa para trocar por drogas.
-É um absurdo doutor, eu acho que eles já estão traficando, venderam até a geladeira um dia desses... olhe, só não chamo a polícia porque são filhos dessa aí...
O doutor pergunta à filha:
- Quantos anos têm seus filhos?
- Três e quatro. - responde a moça.
- Eu não me admiro que essas crianças estejam vendendo drogas. Tenho uma paciente que ficou grávida aos 86 anos (ele devia tá falando da titia)!
P.S.: a paciência é um dom... experimente exercitá-la.