12.10.05

Refém

Inevitável é ser o que sou
Esse ser que soa tal fel
Que corrói a alma e o arredor
À espera de um afeto teu

Que apronta e desaponta assim
Desnorteia as ilusões de alguém
Que na busca de um ser pra si
Vive a ânsia de ser seu refém

Ser refém, ser tua voz
Pra não ter sequer extradição
Pra não ver o amor partir
Pra não ser só desilusão

Acordar no verão algoz
Na prisão do amanhecer
E que o novo desperte em nós
O que o fato deixou morrer

Ser refém, ser você em nós
Pra não ser o que vai partir
Pra não ter sequer que mentir
Pra não vir a esquecer de ti

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