17.11.06

Ó dia...


Não sei se já aconteceu com vocês? Na última terça-feira eu tive a nítida impressão que o mundo estava conspirando contra mim. Não apenas as pessoas: o tempo, a saudade, os objetos e os animais também. Todos me odiavam, desde pequenos. Era como se uma premonição acontecesse a cada minuto e tornasse tudo suspeito.

Atrasei-me porque o despertador não tocou. Saí numa pressa só. Quando já tava na metade do caminho pra buscar os meninos e levá-los pra escola, notei que havia esquecido a carteira, que não estava colada no pescoço, motivo pelo qual eu não esqueço a cabeça! Voltei... ralei o pára-choque do carro no portão do prédio. Subi puto xingando o elevador que demorava. Parece que ele entendeu o xingamento. Quebrou! Comigo dentro! Foi uma daquelas quebras que a porta abre e o cara só vê concreto e uma pequena abertura, que dá pra sair se espremendo, me espremi.

Com as crianças? Tudo bem. Como sempre. Mas quando estava indo pro trabalho... (sou funcionário público em meio expediente, alguém tem que ser, né? Além do mais, não é tão ruim assim, pelo menos o leitinho das crianças tá garantido) ... aconteceu um indício do que me aguardava: meu carro foi confundido com um carro roubado. Quando parei em um sinal de trânsito fui fechado por uma Blazer e duas motos do batalhão da polícia. Os “omi” já desceram com as 12” apontadas pra mim... “torei um pino”, pensei: “vou levar bala porque o vidro é escuro”! Depois do susto e de abaixar a janela, mostrei o documento e os caras me liberaram.

Quando chego ao estacionamento em frente ao Teatro de Santa Isabel, destinado aos funcionários do Ministério Público, não há vaga, ou melhor, as vagas estão ocupadas, também, por carros que não têm o adesivo obrigatório. Comentei com um guarda, que estava à sombra, que alguns veículos não possuíam tal identificação, portanto não deveriam estar ali, e ele disse:

– Não “senhor” (apesar de eu ser mais jovem que o cara, ele me chamou assim)! Esses carros são do MP sim!!! Agora o “senhor” (de novo) está todo errado, dizendo o que não sabe, pois o motorista se identificou, e eu deixei ele estacionar.
– Então VOCÊ vai ficar o dia todo aqui?
– Não senhor, daqui a pouco vou fazer uma ronda. Mas isso não vem ao caso! Eu já autorizei esses motoristas.
– Então me responda, “seu guarda”: VOCÊ acha que um outro guarda, que passe por aqui, não irá multar um carro sem adesivo, onde é obrigatório seu uso? VOCÊ não acha que está prejudicando esse servidor que não tem identificação em vez de ajudá-lo?
– Não estou prejudicando, não! Porque eu não multo quem estaciona aqui, e ninguém vai multar também e VOCÊ (aprendeu) não é o primeiro que reclama.

Despedi-me do “oficial” e fui estacionar do outro lado da ponte, indignado. Tive medo de perder minha serenidade.


Quanto ao guarda não multar ninguém: eu descobri que ele recebe um percentual (toco, propina, mocó) dos flanelinhas que “guardam” os carros, que deveriam estar do outro lado da rua, no nosso estacionamento. Quanto ao carro roubado, era sim igual ao meu, mas foi encontrado abandonado e sem som em Olinda. O elevador foi consertado e o usei no mesmo dia, à noite. Troquei as pilhas do despertador.

P.S.: quase tudo resolvido. Só a saudade não passa.

10 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia......

É branquinho..t.em dias que parecem noites né.....?
E essa tal de saudade...que bom se desse de resolver assim...num trocar de pilhas.....
Rsss...
Boa semana...
Bjs....

Flávia disse...

Tem dias que são assim mesmo... parece que nós é que estamos contra o mundo... fica dificil mesmo... mas as vezes o que precisamos... qdo td conpira contra a gente... é mudar a nossa postura em relação a isso...
Beijos e uma ótima semana

Tati disse...

Sabe, Ás, quando você se encontrar nessas situações, lembre-se de que as tampinhas da Coca talvez não existam mais, mas o Picolé do Rochinha com certeza pode premiá-lo, com mais um picolé, hehehe...
Valeu a visita na jeca, vá sempre, viu? Eu aparecerei aqui também!
Beijos
Inté!

Anônimo disse...

Que tal trocar as pilhas do coração, coloca aquelas gastas do despertador, assim ele bate mais lerdinho e a saudade diminui, não?
beijossssssssssss

Anônimo disse...

saudade de quê?

Vera F. disse...

Obrigada pela visita lá no Verdes. Voltes quando quiser.
Tudo num dia só? ninguém merece! Ainda bem que no final ficou só a saudades. Não se desespere, não há mal que sempre dure...

Bjos.

Anônimo disse...

Que loucuuuuuuuura!!!!!
Passei aqui pra te convidar pra festa que tá rolando lá em casa. Simbora?
O espaço é pequeno, mas cabe todo mundo.
Vem tomar um champagne comigo e brindar esse momento muito especial.
Beijo no coração...

“Decifra-me... ou devoro-te... Arrisque-se se for capaz.”

Anônimo disse...

Nossa, que dia de cão, Às!

E a que ponto chegamos: guarda recebendo din din de guardador de carro, aff....

beijos e boa semana,

MM

ps: obrigada pela visita! Volte sempre!

Anônimo disse...

Já te disse que esse negócio de vidro escuro é balela. Todos veêm...Não sei se tua saudade já sarou, mas a minha cresce a cada respirar....

Bel disse...

Vc desculpa se eu rir???
kkkkkkkkkk
Aff, que um dia como esse não tem santo que resista e não tem pecador que mereça. O que tu é, então?
(E eu tinha que ler isso hoje??? Vc falar no Santa Isabel e nesse pedaço de chão que eu conheço tão bem e que me roubou a preciosidade que me enche de saudade???)