9.10.06

É melhor só observar

Depois de um longo tempo sem festas (e as festas da “laje” eram de tirar o fôlego), a comemoração pelo reencontro dos companheiros de partido, após a eliminação do seu candidato do pleito eleitoral foi marcada, como sempre, por churrasquinho de gato e cerveja, muita cerveja. Afinal, a vida continua, candidato.

Eu, como todos os demais, já havia passado da sexta lata de cerveja e devorado três gatos completos, pelo menos. Até que Claudinha, achando que a bagunça tava pouca, chamou Marcinha (ah... a marcinha) e mais três ou quatro remanescentes, incluindo este quem vos escreve, para “esticar” até a sua casa. Apartamento gigantesco na zona sul (o meu inteiro caberia na sala dela). Eusébio, um novato goiano, que estava tentando a vida aqui pelo Nordeste, ouviu o convite e se escalou para ir junto. Ninguém o conhecia muito bem, principalmente depois de estar com aquela quantidade de sangue no seu álcool, ou será álcool no seu sangue? Não importa. Como bom observador, fiquei na minha, enquanto os mais “altos”, como Eusébio, balbuciavam coisas indecifráveis, motivo suficiente para deixá-lo de fora da farra. Mas o pensamento geral não era excludente, e fomos todos à referida casa, após uma paradinha estratégica pra comprar cervejas e brebotes (num sou muito velho não, mas escuto os sábios e experientes). Já passava da meia-noite, mas o ânimo estava apenas começando. Logo na chegada, os que ainda tinham alguma noção de perigo, acharam que Claudinha pusera a música alta demais. Ela disse que era “normal”, altas festas ocorriam no prédio até amanhecer: muito forró e mais forró.

Confesso que não sou um mal dançarino, até já houvera ganho um concurso, quando tinha 17 anos (boa época), e as meninas descobriram isso. Todos dançamos até dar uma dor. O problema foi que os elementos álcool, som alto e exibições corporais (a dança pessoal, a dança), são uma combinação um tanto “estigatória”, para alguns. Acho que foi isso que influenciou Eusébio.

Lá pras tantas da manhã, ninguém mais viu o cara, sumiu, danou-se! Algo ocorrera. A dona da casa estava irada, gesticulando e contando tudo pra Zeca, que tinha saído da varanda pra pegar umas cervejas na cozinha. E Zeca foi o único que soube o que realmente aconteceu. Ficamos apenas com um pedido de desculpa, por parte de Claudinha, imaginando o que significavam aqueles gestos. Mais ou menos às quatro da manhã, atinamos que Eusébio, apesar de ter feito algo que provavelmente não aprovaríamos, teria saído andando, por um bairro não tão seguro assim. E o que é pior: sem conhecer nada do lugar, pois morava na zona norte há poucos dias. Fizemos então o que a consciência nos mandava: equipe de busca e salvamento.

Só depois de meia hora procurando pelo cara, consegui atinar para o fato de quem estava precisando mesmo de uma equipe de busca e salvamento era eu, que estava no carro com Marcinha, cujo motorista, Rodriguo, era o maior dos alcoolizados. Após algumas barbeiragens e zigue-zagues na avenida principal, decidimos ir pra casa (cada um pra sua).
Demos graças por chegarmos bem... e aguardamos, até hoje, alguma explicação do que aconteceu no evento!


P.S.: Quer saber? Cada um com seus problemas, por ora vou vivendo com as cervejas e os forrós, mas só observando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá......

Isso deu asas a minha imaginação....
Rsss....
Boa semana...
Bjs....

Anônimo disse...

Boas referências, boa história, bom desfecho. Mas a Marcinha apareceu muito pouco. A bixinha. Se bem q, nesse caso, é melhor só observar mesmo.

Bel disse...

kkkkkkkk
Adorei seus textos... que criatividade, hein?
Parabéns!