29.5.07

E se o Japão ganhasse a guerra?


Entre 1945 e 1946, em pleno pós-guerra, o mundo acabava de se assombrar com o resultado mortal que alcançou a bomba atômica e, ao mesmo tempo, se aliviar com o desfecho nipo-nazi-fascista que a mesma proporcionou. Mas, aqui no Brasil, as coisas continuavam não muito boas para os “súditos do eixo”, apesar da “rendição incondicional” a que foram submetidos os comandantes daquelas nações.

Alemães, italianos e, principalmente, japoneses “comiam” o famoso “pão amassado pelo coisa ruim” nos estados em que a imigração foi mais abrangente. Em São Paulo, onde se concentrava a maior parte dos imigrantes japoneses no Brasil, por exemplo, a situação tomou gigantescas proporções, como conta o livro Corações Sujos, de Fernando Morais.

Mesmo e, principalmente, após acabada a guerra, os problemas com etnias em nosso país explodiam como bolhas efervescentes pelo interior do Sudeste.

É incrível como, ao ler relatos de acontecimentos passados no Brasil de apenas meio século atrás, praticamente ontem se for considerada a história da humanidade, atitudes e pensamentos tão rudimentares estivessem tão evidentes entre a sociedade, inclusive a dita “elite pensante”.

Atrocidades de todo tipo eram impetradas aos imigrantes, inclusive perdas dos direitos básicos do ser humano, abuso de poder, descriminação e racismo. Nada diferente dos relatos dos historiadores sobre os trogloditas, mouros, inquisitores ou traficantes, que em épocas distintas “tocavam o terror” às classes menos favorecidas. Perseguições dignas do maior dos nazistas aconteceram aqui mesmo na nossa pátria, há pouquíssimo tempo.

O lado bom dessa passagem é que ao observamos, hoje, a enorme evolução dos direitos humanos, vemos que, no sentido da tolerância, a terra está muito melhor para nós que para nossos avós, e que além da mentalidade nociva que a maioria do povo possuía, o governo não tinha a menor condição de representar quem quer que fosse.

P.S.: creio na evolução espiritual dos homens, mas sei que ainda falta muito para um patamar aceitável socialmente.

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