7.9.07

Homem Pereba

Em algum lugar na periferia do Recife, surgiu entre as décadas de 60 e 70 uma força sem precedentes no combate ao mal. Vindo de uma família classe média baixa normal, Perebinha cresceu como qualquer outra criança de mesma idade, até que foi exposto à cheia de 75.

Algo naquelas águas que, segundo algumas fontes, transbordaram da barragem de Tapacurá e invadiram toda a região metropolitana da capital pernambucana, afetou o nosso protagonista quando, acidentalmente, ele escorregou dos braços de seu pai que tentava mantê-lo fora d’água. Perebinha foi completamente submerso naquela enxurrada de misturas líquidas. Seria um acidente como outro qualquer, se justamente aquela mancha de um líquido secreto, guardado nos laboratórios da fábrica de balas Bem-te-vi, não tivesse atingido um pequeno ferimento da sua perna direita, causando de imediato uma mudança na sua estrutura corpórea.

Perebinha tornou-se uma criança hábil, ágil, veloz e perceptiva, e usava seus poderes para o bem. Salvava seus coleguinhas da terceira série do ataque dos moleques do ginasial (hoje, ensino médio), devolvendo o dinheiro do lanche que os pequenos meliantes roubavam dos menores.

Na adolescência, Pereba (como era conhecido) disfarçava seus superpoderes. Durante o dia era um rapaz normal, mas à noite ele saía em busca do mal para neutraliza-lo. Auto-intitulava-se: Homem Pereba. E foi neste contexto que conseguiu prender ou aniquilar alguns dos inimigos da sociedade àquela época, tais como: Biu do Olho Verde, A Mulher do Algodão e Cumadre Fulôzinha, entre outros.

Mas o destino reservava uma outra estrada para o Homem Pereba... o amor!

Prestes a se formar na faculdade de Física (a ciência), conheceu uma moça do Ceará, de Juazeiro do Norte, Clarinha Bastiana, menina formosa que disfarçava a cabeça chata com um penteado tipo princesa Léia, e que era dona de um sorriso insuperável e uma voz inconfundível. Casou-se com Pereba e o arrastou para o litoral cearense...

Atualmente, o Sr. Pereba trabalha com física quântica na Universidade Federal do Ceará e concentra a utilização de seus poderes na busca por novas tecnologias para o bem da humanidade. Mas nesta quinta-feira, sua caixa postal continha um e-mail que mudaria completamente seu destino novamente:

From: Sala da Mundiça (s.mundi@hotdog.com)
To: Sr. Pereba (pereba@unifisica.org.br)

Subject: Precisamos de sua ajuda

O cientista pernambucano e pervertido Sarou Morreu, associou-se ao Homem-Que-Tudo-Vê, e está ameaçando a paz mundial com um plano de construção de uma arma de destruição em massa.

Precisamos que vc nos ajude a encontrá-los e prendê-los o mais breve possível.

Atenciosamente,
Sala da Mundiça.

P.S.: O Homem Pereba atenderá o chamado da Sala da Mundiça? Aguardem o próximo episódio: Homem Pereba contra Sarou Morreu.

Um comentário:

Mack disse...

Então é por isso que nunca mais ouvimos falar de nomes como a Mulher do Algodão! As crianças de hoje já não a encontram mais nos banhiros! FOI ele!!!!
Acho que a sede da Sala da Mundiça fica em Casa Amarela, não? (com todo respeito aos moradores do bairro, claro!)

Beijo.