24.8.06

A retomada das investidas de Glauber Calazans - Final


Glauber aceitou o convite de Clarice e, às 19 horas já a esperava em frente ao seu prédio. Atitude virtuosa pra uns e um defeito grave pra outros: pontualidade. Às vezes, quando marcamos uma determinada hora com alguém, torcemos pra que haja um relativo atraso da pessoa em questão, para dar tempo pro nosso próprio atraso. Aconteceu isso mesmo com Clarice. Às 19:35, quando ela desceu, Glauber já estava quase dormindo no carro.

- Desculpe o atraso?
- Não por isso, sempre me disseram que meu tempo estava em desacordo com o de todos os outros seres.
- Mas no nosso primeiro encontro a sós, eu queria que desse tudo certo.
- Está dando tudo certo... estamos aqui, não é?

Chegando no sushi, os horizontes se abriram. O antes retraído Glauber estava falante e estranhamente extrovertido. Clarice quase não acreditava no que via e perguntou o que acontecera para aquela repentina mudança? Ele respondeu sorrindo e convicto em uma palavra: liberdade!

De madrugada, quando chegou da noitada anterior (balada não era um termo usado por Glauber), refletiu profundamente sobre sua situação... e que situação? Separado, pai de uma garotinha linda, funcionário de uma agência de publicidade, as contas em dia, e triste! Profundamente triste. Essa era a única descrição que ele queria, de verdade, excluir da lista citada. E, Clarice, parecia ser a pessoa certa para este recomeço. Não que se interessasse pela primeira mulher que aparecesse em sua frente, mas algo em seu jeito lhe chamou muita atenção.

O clima estava propício para a conversa, como o sistema no restaurante era rodízio, o tempo sobrava para conversar e rir. Dica: se você tem segundas intenções em relação a alguém, vá comer sushi. Come-se bem, não é caro, e não nos deixa empanzinados, como quem come massas ou carnes. E as segundas intenções, logicamente, já faziam parte do pensamento do casal, desde a outra noite...

Manhã chegando, Glauber acorda em seu quarto, sol na cara. Ao seu lado, Clarice. Ela dorme com as duas mãos embaixo do rosto. Nada de estresse, nada de pressa, nada de coisa alguma, ele a olha e só... como que imaginando que esse seria o seu acordar de toda a eternidade. Gostou disso.

9 comentários:

Anônimo disse...

Mas tinha que gostar mesmo, essa é a visão do paraiso, a noite dos céus e o prazer que todos queremos.
Que delicia, preciso acabar minha ansiedade e já sei como,rs
Lindo findi
beijosssssssssss

Paty_Nunes disse...

Olá Ás,rss, pode ficar a vontade com os restaurantes, foi só uma idéia, não vou patentear..rss

beijos e bom final de semana.

Cristiano Contreiras disse...

Pura calmaria do cotidiano.

Janaina disse...

Ahhhhh eu quero meu Glauber, para acordar comigo por toda a eternidade....

Ana disse...

Tem um convite pra ti no meu blog!
Beijos!

Anônimo disse...

Para toda eternidade ... ai ai!
Beijinhossssss

Elayne disse...

Estive lendo os contos anteriores .. ele mereceu um final feliz ...

Luma Rosa disse...

Cheguei no final. Acabou?? Atrasos não é do meu feitio! (rs*) Beijus

Anônimo disse...

"Que seja assim enquanto dure" pois a eternidade tem que ser construida juntos./Um abraço