21.8.06

Atendendo Laurinha ...


Que a violência anda descomunal, todos sabem. Mas ações de gente como Laura, que são minoria da população, deixam claro que enquanto existir voz, os verdadeiros responsáveis (políticos) pelas mazelas do país irão ouvir protestos de quem não os engole...

Minha amiga blogueira organizou um movimento contra a violência, que visa disseminar pontos de vistas e/ou protestos dos que movimentam esse mundo cibernético.

Lá vou eu...

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Mini-conto de aflição

Trânsito lento corriqueiro e infernal de sexta às 18:30. Notei a intenção da abordagem, já havia ouvido que aquela área perto da Marinha estava “minada”. Acelerei, sem sucesso...
38 na janela, eram dois pivetes, tão novos e já armados, não havia futuro nos seus olhares.

- Passa o relógio, o celular e a carteira.

Obedece quem tem juízo. Apesar do pouco que tenho, obedeci. O celular era semi-novo, a carteira não tinha muita grana, educados, os treteiros devolveram os documentos. As maiores perdas foram o relógio, e o sossego. No final, “tudo” bem, a vida foi preservada. Aquela mesma vida que passou em minutos ante meus olhos, no breve instante entre a aceleração e a tremedeira.

Os pivetes deram as costas e caminharam normalmente, como se não precisassem de pressa para o próximo assalto. Liguei, dez segundos depois, ainda no local, do meu outro celular para a polícia...

- Acabo de ser assaltado no bairro de Santo Amaro, ainda estou vendo os ladrões, vocês podem mandar uma viatura? (Coletou meus dados, minha descrição dos larápios e do roubo, minha paciência).
- A viatura segue em instantes, senhor.

Meia hora depois eu ligo para saber notícias:

- Dentro de instantes a viatura chegará no local senhor.

Uma hora depois...

- Não foi encontrado ninguém condizente com a descrição, senhor.

Duas semanas sem passar por aquele caminho, mas agora já voltei a fazê-lo. Espero que não aconteça de novo, e que eu não tenha que ligar pra polícia.


P.S.: O assalto aconteceu, a raiva existiu, o medo, principalmente o de morrer, foi grande... podemos rezar para não acontecer de novo e escrever protestos atônitos, enquanto quem manda no país não se preocupa... eles têm seguranças e blindagens no entorno.

18 comentários:

Anônimo disse...

Eu sofri um assalto parecido na Alameda Santos, aqui em São Paulo, tomei porrada na cara e tudo mais. Quando peguei o celular escondido entre as pernas e liguei para meu marido desmarcar a consulta que tinha, fui multada! Pois é ... viram o assalto não fizeram nada, mas referente a minha ligação....É o fim!

Beijinhosssss

Laura_Diz disse...

Obrigada querido, seu mini conto ficou ótimo, pena que não é ficção, né?
bj laura

Anônimo disse...

Olá......

Agradecendo e retribuindo a visita....
Amanhã o Tarde se enganjará nessa campanha.....não de forma não brilhante como a sua....mas qq grito é valido....
Boa Semana...
Bjs....

Anônimo disse...

Te descobri pelo google, depois do comentário lá no A vida em palavras. Amanhã estarei blogando também sobre a violência.

Sandra disse...

Gostei do conto e da sua definicao de terrorismo lá no meu blog. Aliás, volte sempre! Eu simplesmente nao quero acreditar que nosso país nao tenha mais políticos incorruptíveis, necessitamos de líderes que olhem além de seu umbigo. A mesmice me cansa, vamos protestar!

Paty_Nunes disse...

Oi Ás, obrigada pelas tuas palavras, mas isso é um longo assunto a ser discutido.

beijos

Anônimo disse...

Oi!

Já passei por isso... ainda bem que não me frustrei 2 vezes... Não chamei a polícia! Foi embaixo do viaduto da Av. Rui Barbosa na Bela Vista, lembro sempre... 2 pivetes me ameaçando, poderiam ser filhos de algum conhecido (meus? NUNCA - batalhei muito por isso)mas até hoje passo por lá com CUIDADO...

Beijos e obrigada pela visita!

Anônimo disse...

Também faço parte da blogagem coletiva mas não conto realidade[minha]já as sofri muito e desejo esquecê-las inclusive um 3oitão na minha barriga grávida de oito meses, terrível!
Sinto pelo relógio mas felicito por sua vida.
beijosssssssssssss

Janaina disse...

Adorei o mini-conto. Que pena que tenha sido real. Terrível sensação de impotência...

Anônimo disse...

Não devemos e não podemos nos omitir. Parabéns pelo conto, que se fosse ficção seria bem melhor, né?

abs

Claudio - JCF

Ana disse...

Já tive minha casa assaltada vária vezes, mas, felizmente, nunca me deparei com os ladrões!
Fica sempre uma raiva, uma sensação de impotência, de tristeza por quem está roubando...
Dar queixa, chamar a polícia, esperar que alguma coisa seja feita é pura ilusão!

Claudio Eugenio Luz disse...

é, meu caro, a incerteza reina, enquanto as certezas dissipam qualquer segurança.Permanecer calado, protegido atrás dos muros ou cercado por homens armados, até quando?

hábraços

Luci disse...

fico cá pensando... será que estamos nos acostumando, achando que é normal, que é assim mesmo e por isso não reagimos?!
nunca fui assaltada, nem sofri qq outro tipo de agressão - só o horário político!!! -, mas tem hora que dá vontade de fazer uma bobagem, viu?! tanto bandido, tanta balada perdida... será que nenhuma vai encontrar o destino certo e certeiro?!
acho que os políticos não tem é noção do perigo, pq a hora que o povo se encher de verdade, espero ver cabeças rolando...
bjs!

Anônimo disse...

MAS é assim memsoque funciona na realidade: o assalto acontece, a policia chega muito depois ou nao vem. As vezes esta ao lado e nao faz nada. Quantos "marronzinho s"multam em São Paulo e nao dizem um ai ao ver um carro sendo asslatado? Enfim... Tambem adorei a iniciativa da Laura.
Abraços,
Jasmine

Luma Rosa disse...

Existem os bandidos que mostram a cara e aqueles que agem na surdina.
Somos assaltados todos os dias na nossa conta bancária e o governo é conivente. Parece menos perigoso porque não temos um revólver apontado para a nossa cara. Enquanto a população empobrece os bancos enriquecem.
A polícia nunca age quando a chamamos, quando isso acontece, chega depois do desfecho da tragédia.
O medo acaba sendo um aliado, nos preservando dos perigos. Mas vamos nos esconder até quando?
Beijus

Unknown disse...

O mais importante é rompermos o silêncio...indignados...em nome de nossa Paz, da PAZ do próximo...

Beijos,

Cristiano Contreiras disse...

NÃO E não à violência desmedida e a esta insanidade do mundo atual!

Anônimo disse...

Canastra real, é isso aí. A paz depende só de cada um. Paz e Amor.