30.6.06

Aonde se quer chegar?

Confesso que iria sair de Recife um tanto eufórico, afinal, nunca estive antes em Aracaju. O embarque estava marcado para as 14:05, por isso almocei cedo naquele dia. Não queria experimentar a aceleração e a inclinação do avião ao alçar vôo com o estômago cheio, talvez por medo de alguma reação indesejada.

É estranho falar em reações. Elas passam tantas vezes desapercebidas, camufladas pelo ritmo acelerado da vida moderna.


Naquela manhã eu tive todas as percepções consideradas “normais” a um ser humano: frio, sono, euforia, medo, enfim. Senti a vida de uma forma seqüencial e um tanto abstrata, coisa que não acontece com freqüência. Por acordar junto com o sol, passei boa parte da manhã sonolento, daquele jeito em que as pálpebras pesam e o corpo todo clama por um canto pra deitar. Terminei de arrumar as malas, com cuidado, afinal, já não tinha quem acertasse esses detalhes por mim. Confesso que não se preocupar com esses pormenores e ter a certeza de que não vai faltar nada na mala, causa um bem-estar reconfortante, mas agora é hora de aprender a “cuidar de mim” (como na música).

Cheguei ao aeroporto duas horas antes do embarque, devido à carona que arranjei com um vizinho. Acho desumanos os preços que cobram no estacionamento desses lugares, por isso não deixei a carro naquele “matadouro”.
Vôos pra Sergipe não são assim tão lotados, e enquanto esperava no salão de embarque, resolvi brincar de observar as pessoas, e tentar adivinhar quais seriam os meus companheiros de vôo. Foi então que as coincidências numéricas começaram, ou melhor, foi então que eu percebi que elas já haviam começado, desde cedo.

O dia era 14 de maio (14/05), o número do vôo era o 1405, pela Varig, acredite, essa empresa ainda voava! Estava programado para às 14:05. Não lembrava muito bem da placa do carro de Cléber, meu vizinho, por isso liguei e perguntei. Primeiro ele brincou, dizendo que não diria a placa do seu carro por que ele mesmo iria jogar “R$ 10,00 na cabeça”, mas em seguida confirmou minha suspeita: KMA 1405.

Corri numa daquelas livrarias de aeroporto e comprei um guia sobre numerologia. Nunca acreditei nessas coisas, porém, diante das quatro coincidências anteriores, não resisti. O livro ensinava que cada algarismo arábico possuía um determinado valor, e que a soma desses números formam outros que são somados novamente, até que se reduza a apenas um. No meu caso os números já apareciam “de cara” (1405), que somados individualmente dão 10 e que somados novamente dá 1, “número que indica o início, aquele a ser seguido”, entre outros significados (definição retirada da Revista dos Números). Fiquei ainda mais intrigado, afinal, iria tomar um avião para uma terra em que eu não conhecia ninguém. Como, pela leitura dos números, eu seria um “líder ou precursor de algo”?

Ao entrar na aeronave, uma outra confluência numérica aconteceu. Éramos 19 passageiros, 14 mulheres e 5 homens (1405), mas o pior ainda iria acontecer...

continua...


3 comentários:

Laura_Diz disse...

hahaha é chato mesmo esperar o final.
ótimo texto.
bj laura

Anônimo disse...

lindo seu blog. concordo c vc. otimo texto. parabéns.
passa lá no meu
http://carla-feitosa.blog.uol.com.br/
abraços

Ana disse...

Kd o resto??
Oh, céus!! Isto de numerologia mexe comigo!